sexta-feira, 24 de junho de 2011


Quando tudo estava prestes a se acabar, a mudar completamente, ela começou a sentir uma incrível nostalgia de tudo que a aconteceu naquele lugar, todas as pessoas que a cativaram, todos os momentos gravado para sempre em sua memória. Lembrou de tudo que não é mais como antes, ficou triste por alguns instantes mas, lembrou que, se não é assim agora, não era pra ser. Pensou, lembrou, e relembrou de tudo e ficou com medo. Medo de deixar tudo isso pra trás, tantas coisas, pessoas, que passaram a fazer parte da sua vida com o passar do tempo. Ficou com medo de se quando voltar, tudo isso não estar mais da maneira de como deixou, tudo já ter mudado de novo, como já mudou tantas vezes.
Quando pensou tudo isso, ficou até com vontade de não ir embora, de ficar, de abraçar tudo e todos mais uma vez, só pra ter certeza que nada se perdeu, que tudo continua o mesmo, tudo caminhando normalmente, sem mudanças bruscas.
Mas como "sem mudanças bruscas" ? Se uma enorme estava prestes a acontecer? Tudo era tão contraditório que a deixava cada vez mais confusa. Em uma mão tudo que já presou até este momento e na outra tudo que pode conhecer se for embora. Isso é uma escolha muito difícil para se fazer à alguém que nem viveu tanto assim.
No fim, tomou uma decisão, ela vai, mas volta, e espera que tudo que ela presou esteja aqui ainda, esperando por ela na mesma alegria que ela conheceu e aprendeu a ter aqui.
Ela vai, levando em sua mente uma frase que, para ela, reflete tudo que foi lido aqui.

"Hoje, temos a impressão de que tudo começou ontem. Não somos os mesmos, mas somos mais juntos. Sabemos mais uns dos outros. E é por esse motivo que dizer adeus se torna tão complicado. Digamos, então, que nada se perderá. Pelo menos, dentro da gente..."

Guimarães Rosa

D.M.

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